quinta-feira, 21 de agosto de 2014


Transformação


 
Fechei a porta deixando tanto para trás, levei apenas o essencial, a minha vida.

Sinto-me agora diante o mar imenso, sem saber ao certo o que fazer. É bem mais fácil o processo destrutivo, tudo é rápido quando se quebram vínculos, traumas ou preconceitos.

Mais difícil é reerguer-nos, definir como juntar todos os pedaços dispersos, como levar em diante esta nova vida, de forma a concretizar tantos sonhos perdidos, reencontrar o amor próprio e dar valor a tudo o que foi já construído, abraçar quem nunca foi esquecido.

Sigo sozinho, pois preciso de conquistar só cada vitória, sei que a minha fraqueza me subjuga aos desejos dos outros. Neste exercício mental, a vida prossegue noutro ritmo, exige respostas, decisões às quais respondemos com emoção quando a razão falha, e vice versa.

E a contradição é a constante humana que nos leva a escolher, a optar. Ela impele-me para a necessidade de partilhar momentos da vida, a solidão cega-nos e seca as emoções e sentimentos. Tenho que aprender também, a gerir a forma como me relaciono, permitir-me de dominar os meus desejos, de impor as minhas regras.

Passo a passo, estou mais forte, mais tranquilo, contento-me com pequenos detalhes, certo que posso errar e falhar. Cresço assim a cada instante, perdoando-me de não ter tentado antes.

Porém, não esqueço os meus valores, sou fiel aos meus princípios e honro a minha palavra. Sei que em nada atrapalham a minha determinação de viver cada instante melhor. Procuro neste guião encontrar respostas dentro de mim. Não deixarei de escutar o coração.

Quero pensar que tenho o privilégio de viver este momento.

 

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