quarta-feira, 11 de junho de 2014


Imaginem que viviam duas vidas e não apenas uma,

E se as duas fossem totalmente inversas

Numa só caberia a vossa existência e na outra o vosso reflexo para o exterior.

Pensem então que teriam que interagir com o mundo naquela em que residem todos os medos, receios, na qual se sentiriam desprotegidos e inadaptados.

Na outra, estariam naturalmente confortáveis, estimulados pela própria vontade de mostrarem que existe vida em vocês.

E assim se transportariam de uma vida para outra numa constante necessidade de sobrevivência, numa vontade de as unir numa só e nessa mesma incapacidade.

E o desejo vos levaria a ousar e o medo a recuar.

E desta forma este eterno conflito vos afastaria da vida, de uma e da outra.

E todo este processo mental vos levaria certamente à loucura.

É assim que eu sinto que vivo!

E esta eterna busca de mim próprio me agonia, me afasta quando me tento aproximar.

Me fragiliza quando me devo mostrar firme.

Me impede de me relacionar normalmente, pois receio mostrar que sou assim mesmo, feito de duas metades.

Prefiro nem sentir a rejeição, viver no sofrimento de decepcionar, pois no fundo me decepciono permanentemente, eu próprio.

 

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